A pensar na partilha de experiências, de atividades, de recursos de informação, na formação profissional, apostando num funcionamento mais eficaz e eficiente, numa melhor rentabilização dos recursos financeiros e, sobretudo, na obtenção de uma maior coesão entre pares, proporcionando uma outra dimensão ao papel das Bibliotecas da região, propôs-se criar a Rede Intermunicipal de Bibliotecas da Lezíria do Tejo.
Objetivos da proposta de criação da Rede Intermunicipal de Bibliotecas da Lezíria do Tejo
Hoje em dia, as Bibliotecas são muito mais do que um mero repositório de livros. As Bibliotecas abriram-se ao exterior e procuram ser, cada vez mais, um local aprazível para os seus utilizadores, um espaço dinâmico, de convergência, de convívio e de apoio à comunidade. Deverão, assim, constituir-se como o ponto estratégico de excelência em prol do desenvolvimento social, educativo, cultural, económico e científico das comunidades que servem. Que possam oferecer os seus serviços "com base na igualdade de acesso para todos, sem distinção de idade, raça, sexo, religião, nacionalidade, língua ou condição social” (IFLA), promovendo assim o acesso igualitário e gratuito à informação e à aprendizagem ao longo da vida, essenciais na obtenção da plena cidadania. Damos como exemplo algumas valências: o acesso à informação (jornais, revistas, Internet fixa e móvel), as atividades de promoção da leitura (horas do conto, clubes de leitura, encontros com autores), as atividades lúdicas (ateliês, jogos), as atividades culturais (exposições, teatro, cinema), as atividades de aprendizagem ao longo da vida (formação profissional, workshops, conferências, encontros).
A pensar na partilha de experiências, de atividades, de recursos de informação, na formação profissional, apostando num funcionamento mais eficaz e eficiente, numa melhor rentabilização dos recursos financeiros e, sobretudo, na obtenção de uma maior coesão entre pares, proporcionando uma outra dimensão ao papel das Bibliotecas da região, propôs-se criar a Rede Intermunicipal de Bibliotecas da Lezíria do Tejo. Esta intenção surge no momento em que se começa a estruturar a constituição desta tipologia de Redes a nível nacional, isto depois do sucesso da Rede de Bibliotecas da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro, pioneira, constituída em 2014.
Este sucesso advém do facto dos benefícios destas Redes serem evidentes: as sinergias, constituídas deste modo, não só têm dado uma maior dinâmica às Bibliotecas, como rentabilizam os investimentos na aquisição de fundos documentais, na renovação dos equipamentos, na formação dos técnicos e no melhor aproveitamento das ações de promoção da leitura (Cortês, 2017). De lembrar que o Ministério da Cultura pretende adotar este modelo a todas as CIM, conforme declaração proferida pelo senhor Ministro da Cultura no 14º Encontro da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas, que decorreu a 28 de Outubro, em Esposende, ou seja, de uma forma ou de outra, relativamente ao caminho que até agora foi trilhado, existe uma intenção superior de o percorrer.
É importante também referir que ao nível da captação de fundos comunitários para o apoio às Bibliotecas Municipais, como por exemplo no Portugal 2020, tal só pode acontecer se houver “escala”, à semelhança do que acontece com a generalidade de outros investimentos com apoios comunitários. A “rede” CIMLT é um bom exemplo para a Rede de Bibliotecas, pois no fundamental congrega dos mesmos princípios e vantagens.
Depois surge a vertente humana. Os técnicos das Bibliotecas da Lezíria do Tejo, na generalidade, pouco se conheciam, mesmo de concelhos vizinhos. Durante a primeira reunião, em que todos apresentaram as respetivas Bibliotecas e serviços, tornou-se clara a necessidade e as vantagens de desenvolver contatos regulares entre os parceiros, de modo a trocarem experiências ao nível da gestão de recursos, da formação profissional, do tratamento documental e da promoção da leitura. Tendo em conta os habituais constrangimentos orçamentais, esta Rede irá certamente potenciar os serviços disponibilizados à comunidade. Como exemplo, ainda sem a Rede instituída, dias após a primeira reunião, a 22 de setembro, uma das contadoras de histórias da Biblioteca de Municipal de Alpiarça foi apresentar o seu trabalho à Feira do Livro de Coruche. Na segunda reunião, a Biblioteca Municipal da Chamusca disponibilizou-se a ceder um conjunto de materiais para a animação para bebés à Biblioteca Municipal de Azambuja. Estas foram as primeiras partilhas, de muitas partilhas que se podem desenvolver a todos os níveis, com ganhos significativos para todos, financeiros e não só.
A Direção Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB) tem acompanhando, de modo informal, o desenvolvimento dos trabalhos efetuados nas reuniões com os técnicos das Bibliotecas da Lezíria do Tejo, tendo já felicitado todos pelos progressos alcançados. Prosseguindo com o trabalho já desenvolvido, pretende-se agendar com a DGLAB uma reunião conjunta, na CIMLT, no próximo dia 10 janeiro, oficializando assim a colaboração entre aos parceiros a envolver na futura Rede, que se concretizará com a assinatura de um Protocolo entre os 11 Municípios, a CIMLT e a DGLAB, caso seja essa a vontade dos Municípios.
No fim de constituída a Rede, será apresentado um plano de atividades, que se foque, neste primeiro momento, na criação da sua estrutura, de laços de cooperação e na troca de experiências entre as Bibliotecas envolvidas, estando também atentos a oportunidades de apoios comunitários, formação para esta área ou outros que venham a surgir.
(Documento apresentado em reunião do executivo da CIMLT, janeiro de 2017)